domingo, 22 de novembro de 2009

" Não Há como alfabetizar sem método? "

(Fui alfabetizada com esta cartilha)
Na ânsia de afastar os "monstros" do analfabetismo e da evasão escolar muitas mudanças já ocorreram com relação à prática de alfabetização. No Brasil surgiram diversos métodos e tendências que pretendiam (ou pretendem) contribuir para o sucesso da alfabetização. Infelizmente esses métodos não são fórmulas mágicas e tampouco contentam todas as pessoas envolvidas na tarefa de alfabetizar. Sou professora alfabetizadora há alguns anos e as discussões sobre os métodos de alfabetização sempre estiveram ao meu derredor e a esse respeito cito as palavras de FERREIRO e TEBEROSKY. "Nenhum método educacional garante bons resultados sempre e em qualquer lugar, isso só se obtém com a competência do professor". Quando me indagavam sobre qual método eu utilizava para alfabetizar, a resposta era dada de acordo com o freguês. As vezes me dizia construtivista, mas o que eu gostava mesmo de dizer era: "Meu método é eclético". Nunca fui dada a seguir modismos. Sempre procurei conhecer, analisar e utilizar o que julguei pertinente, porém nunca abandonei totalmente o"velho" em função do novo, por isso me identifiquei com a fala do texto de Iole Maria F. Trindade "Não há como alfabetizar e letrar sem o uso de múltiplos métodos". Considero a questão dos métodos importante, mas não a única, nem a mais importante. Há muitas outras questões envolvidas no processo de aquisição da leitura e da escrita que são fundamentais como por exemplo a competência linguística da criança e suas capacidades cognoscitivas.
Não existe um método infalível e não existe formula mágica: é preciso aprender a lidar com a incerteza e estar pronto a tentar novos caminhos ou retomar antigos, se esses se mostram mais adequados. Métodos devem ser vistos como ferramentas e não como armaduras que enclausuram o saber e criam à autoridade que, de tão sábia, não pode mais aprender (nem ensinar!).

O que observo nas séries iniciais



Numa sala de aula, seja qual for a série, as crianças se encontram em diferentes estágios do processo, seja de letramento, seja de alfabetização.
Na fase inicial de alfabetização (crianças de 6-8 anos) muitos estão se envolvendo pela primeira vez com práticas de letramento. Portanto, parte desses meninos e meninas ainda não lê autonomamente, mas já sabe que a escrita é diferente da fala, já identifica letras e mesmo palavras, escreve seu nome, acompanha as leituras feitas em voz alta na sala de aula e, melhor que tudo, quer dominar a escrita, quer aprender a ler e escrever por si só. A outra parte desses alunos já tem alguma experiência acumulada de convívio com a escrita, e já domina o código alfabético, sendo capaz de ler e escrever por conta própria algumas palavras isoladas.
Tudo que esses dois tipos de alunos precisam, além da orientação segura do professor ou professora, são bons motivos para aprender a ler e escrever. A aprendizagem de uma língua é difícil quando se apresenta de modo artificial, fragmentado, descontextualizado, sem valor social. A implicação pedagógica mais relevante, talvez esteja exatamente nessa tomada de consciência. Saber quais experiências de leitura e escrita os alunos trazem de seu cotidiano e, de que esferas são provenientes (família, lazer, comunidade religiosa, etc.) e trazer essa diversidade de conhecimentos para dentro da sala de aula, promovendo a utilização da língua em função de seus próprios objetivos, aprendendo-a em situações de uso e com materiais escritos que se encontram no mundo real dos alunos: jornais revistas, anúncios, guias de telefone, propagandas, etc.

domingo, 11 de outubro de 2009

A Narrativa da criança

Ao realizar o trabalho de campo proposto no módulo 3 da interdisciplina de Linguagem e Educação que consistia na análise de uma história contada pela criança, confesso que surpeendeu-me o grau de letramento de uma de minhas alunas e a habilidade da mesma com o discurso narrativo.
Eu tinha planejado interagir com ela como interlocutora durante a história, mas fui só uma ouvinte. Parecia que a história toda estava pronta e devidamente elaborada dentro da cabecinha dela, a ponto de eu questionar se ela tinha lido ou imaginado aquela história.
Amei a atividade e já estou montando um livro de histórias com a meus alunos, chama-se: "ESSA TURMA TEM HISTÓRIAS PARA CONTAR" E a primeira delas eu publico abaixo:

“ O gurizinho que tinha medo de dormir”

“Tinha um gurizinho que tava andando pela casa à noite porque ele não tava com sono. Aí ele chamou a irmã dele para passear com ele, aí eles foram passear na floresta. Eles andaram, andaram e acharam um castelo e tinha uma fada lá dentro e como era de noite ela deixou eles dormirem e o gurizinho disse que não tava com sono, que não tinha vontade de dormir e a irmã dele tava morrendo de sono... Aí a fada disse que ia colocar os dois na cama e ia contar histórias até eles dormirem , aí ela contou uma história e a menina dormiu, mas o menino não...Ela contou mais uma e nada. Então ela perguntou porque ele não conseguia dormir? Então ele disse que não queria dormir porque ele tinha medo de pesadelo. Então a fada disse que ia fazer uma mágica e ele nunca mais teria pesadelo. Então ele fechou os olhos e dormiu e sonhou um sonho bom.”


Eduarda - 8 anos

domingo, 4 de outubro de 2009

"Faça o que eu digo e não faça o que eu faço!"

O curso de PEDAGOGIA vem me possibilitando um constante repensar da minha prática educativa, no que se refere a concepção, significação, clientela, metodologia, etc.mas também está me permitindo uma análise e reflexão sobre a prática dos professores formadores.
O processo de formação geralmente dá ênfase aos aspectos teóricos e pode-se perceber, por um lado, a intenção de se vivenciar um processo que visa facilitar a associação entre teoria e prática, favorecendo o diálogo com a sociedade, mas por outro, os professores formadores parecem desempenhar o papel de meros executores das políticas educacionais conteudistas.
Isso levou-me a pensar e questionar o modelo de formação docente a partir do ponto de vista concebido pelos alunos em formação, bem como a necessidade de um novo olhar sobre a ação pedagógica dos professores formadores, que a meu ver, despejam conteúdos sobre o professor-aluno,( metodologia típica do modelo tradicional de ensinar). Essa prática contradiz com o que vem sendo discutido e debatido recentemente nos fóruns e em atividades sobre a prática docente. Existe uma grande incoerência entre o que se pensa e o que se faz.

CURRÍCULO INTEGRADO

Nós professores somos constantemente bombardeados por conceitos, idéias e inovações. Atualmente vem sendo introduzidos na literatura educacional os conceitos de ensino interdisciplinar. A popularização do conceito "globalização" vem levando algumas pessoas a questionar os modelos "tradicionais" de ensino e a enfatizar a importância de aprender a tratar os problemas de maneira global.
Uma das justificativas para essa proposta se fundamenta no argumento de que, dada a explosão do conhecimento e da informação, a escola não deve ensinar só os conhecimentos próprios de cada disciplina, pois isso fragmenta a aprendizagem. Além do mais, o aluno não necessita de tanta informação específica e, sim, de destrezas gerais para localizar informações e resolver problemas.
Embora atraente, essa proposta na prática, não tem sua eficácia compravada e nem é viável em muitas instituições de ensino. Em minha escola, por exemplo, os professores interessados em ajudar os alunos a generalizar seus conhecimentos e habilidades em contextos mais amplos, não conseguem viabilizá-la devido a falta de tempo para planejar com os outros professores, atividades que envolvam mais de uma disciplina, tais como os projetos integrados. Quem o faz, faz fora do expediente e mesmo assim é muito difícil convencer os colegas a se engajarem na proposta.

domingo, 20 de setembro de 2009

Práticas de Leitura, Escrita e Oralidade no contexto social

Achei interessante a abordagem sobre os processos e as estratégias interpretativas que as famílias com nível de escolarização distintos faz quando realiza uma atividade como a contação de estórias. Em ambos há eventos similares mas profundamente diferentes segundo kleiman (2006)
Famílias com nível de escolarização alto(universitário) interagem com a criança durante o evento, dirigindo a atenção dela para o livro, fazendo perguntas ("O que?" "Quando?") ou seja, o adulto expande, re-elabora, fazendo com que a criança imagine outras situações e inclua o evento em outros contextos. Nestas famílias, qualquer iniciativa da criança em eventos de letramento é altamente valorizado.
Nas famílias com baixa escolarização, o adulto reconta de maneira simplificada a estória do livro e faz perguntas sobre o nome das letras, números, cores e nomes de objetos, sem estender o evento a outros contextos. não existe a verbalização e retomadas constantes que caracterizam o outro grupo. A função da estória neste grupo é o entretenimento.
As diferenças entre as estratégias dos grupos, levaram-me a refletir sobre minha prática em sala de aula. Eu leio a estória e me detenho mais na interpretação da mesma. Faço perguntas sobre as situações que estão explícitas no texto. Raramente induzo as crianças à extrapolação para outros contextos como por exemplo, analogias com situações do cotidiano ou objetos do mundo real.
Depois dessa análise, pretendo modificar minha prática.



domingo, 13 de setembro de 2009

A aula presencial de LIBRAS nos possibilitou conhecer e explorar outra forma de expressão e comunicação que eu já havia vizualizado em algumas situações, mas não entendia. Para mim, quem se comunicava dessa forma utilizava apenas o alfabeto e de uma forma excessivamente rápida, impedindo a compreensão de quem era leigo. Também fiquei surpresa e impressionada com o fato da professora ser surda e com as informações que ela nos trouxe, e feliz com a possibilidade de compreender e experimentar a linguagem de sinais. Gostei tanto que levei as novas aprendizagens para a minha sala de aula. Trabalho com crianças de 7/8 anos e para introduzir o assunto fiz uma atividade que envolvia mímica, onde era proibido falar. Eles liam algo que estava escrito em um papelzinho e depois tentavam dizer o que era através da expressão de sinais e os demais tentavam adivinhar. Em seguida questionei-os sobre como faríamos para nos comunicar se não pudéssemos ouvir e nem falar? Após as respostas, li a história " Nós falamos com as Mãos" de Franz Joseph Huainigg que nos foi sugerido no semestre passado pela professora Daniela Corte Real e colei na parede um cartaz que recebi como parte integrante da revista Aprende Brasil que continha o alfabeto em LIBRAS e cada um reproduziu a letra inicial do nome. Depois ensinei alguns sinais que aprendi na aula presencial e o significado de cada um. Qual não foi a minha surpresa ao ver na hora do recreio, uma aluna utilizando a linguagem de sinais e a linguagem falada para dar uma bronca num coleguinha. Ela fez o sinal que lembra o nariz do pinóquio duas vezes e disse: "Mentiroso, duplamente mentiroso!" e o colega pediu desculpas usando somente a linguagem de sinais. Achei o máximo! Era uma evidência de aprendizagem onde eles utilizaram um conhecimento recém-adquirido para solucionar um problema de ordem prática.




LIBRAS - Linguagem Brasileira de Sinais

Reconhecida pela Lei nº 10.436, de 24 de abril de 2002, a Linguagem Brasileira de Sinais (LIBRAS) foi criada para auxiliar os portadores de deficiência a se comunicar através de gestos. Segundo a lei, entende-se como Libras a forma de comunicação e expressão, em que o sistema linguístico de natureza visuomotora, com estrutura gramatical própria, constitui um sistema linguístico de transmissão de idéias e fatos, oriundos de comunidades de pessoas surdas do Brasil. A lei também prevê que devem ser garantidas, por parte do poder público em geral e empresas concessionárias de serviços públicos, formas instiitucionalizadas de apoiar o uso e difusão da Linguagem Brasileira de Sinais como meio de comunicação objetiva e utilização corrente das comunidades surdas do Brasil. A lei afirma ainda, que o sistema educacional federal e os sistemas educacionais estaduais, municipais e do Distrito Federal devem garantir a inclusão do ensino de LIBRAS nos cursos de formação de educação especial, de Fonoaudiologia e de Magistério, em seus níveis médio e superior.

Educação de Jovens e Adultos

Minha experiência com a EJA se deu quando eu ainda morava no Paraná.Trabalhei com a educação de jovens e adultos que ainda era denominada Estudos Supletivos, com uma turma de alfabetização. Os alunos eram em sua maioria, pessoas de idade avançada, que possuiam conhecimentos diversos , mas uma grande dificuldade em expressá-los devido a simplicidade e timidez.
O currículo era ajustado frequentemente para atender a clientela diversificada e lembro que alguns alunos tinham muita dificuldade com a escrita, faltava-lhes coordenação motora fina, pareciam ter os punhos endurecidos, e alguns as mãos trêmulas, o que dificultava ainda mais o processo de aquisição da escrita. Diante dessa dificuldade, alguns diziam que queriam apenas aprender a "assinar" o nome.
Outros não compreendiam a dimensão conceitual das palavras que por sua vez estavam associados aos fatores culturais e linguísticos.
Em suma, era um desafio para eles e para nós.

terça-feira, 12 de maio de 2009

Reflitam sobre esta história, a fim de não cometerem este erro.


Vejam como uma simples indicação de lápis de cor, pode caracterizar-se como uma atitude de preconceito. Gostaria de contar-lhes a seguinte história: Quando meu filho ingressou na escola de educação infantil, chegou aqui em casa certo dia dizendo que queria ser 'cor de pele'. Gostaria de informar que somos negros. Meu marido é branco. Nosso filho, mestiço. Não conseguimos entender o desejo dele, pois ele já era cor de pele - foi o que respondi. 'Filho, você é cor de pele. Cor de pele negra'. Esse tema rondou a casa por semanas até que um dia fui à escola descobrir o que estava havendo. E, para minha surpresa, o fato era uma mistura de incompetência para a diversidade brasileira vinda da própria professora e, muito fortemente, saída também da Faber-Castell, que tem na sua caixa de lápis de 36 cores uma cor chamada PELE. Que cor é essa? Um salmão, rosa-claro, rosinha a que o fabricante denomina PELE. Pele de quem, me pergunto? Pele branca, é claro. Não seria legítimo em um país de maioria negra que houvesse também uma cor na caixa de lápis para quem não tem pele branca? Ressalto que, sim, embora as estatísticas camuflem esse dado, o Brasil é um país de maioria negra. E posso informar bibliografia consistente sobre o assunto, se necessário. Ou insiram uma nova cor, que contemple a pele negra, ou mudem o nome dessa, por favor. Meu filho está com sete anos agora e já faz tempo que sabe que 'marronzinho' é a cor usada para representá-lo, como ele mesmo dizia. Mas entendeu nesse exato momento em que quis ser 'cor de pele' que vocês o submeteram a um preconceito disfarçado. Camuflado em uma caixa de lápis que vemos nas propagandas cantantes, coloridas, sorridentes da marca.
Denise C.

Os Estágios Cognitivos Segundo Piaget

Piaget, quando descreve a aprendizagem, tem um enfoque diferente do que normalmente se atribui à esta palavra. Piaget separa o processo cognitivo inteligente em duas palavras : aprendizagem e desenvolvimento. Para Piaget, a aprendizagem refere-se à aquisição de uma resposta particular, aprendida em função da experiência, obtida de forma sistemática ou não. Enquanto que o desenvolvimento seria uma aprendizagem de fato, sendo este o responsável pela formação dos conhecimentos.

Piaget, quando postula sua teoria sobre o desenvolvimento da criança, descreve-a, basicamente, em 4 estados, que ele próprio chama de fases de transição (PIAGET, 1975). Essas 4 fases são :

  • Sensório-motor (0 – 2 anos);
  • Pré-operatório ( 2 – 7,8 anos);
  • Operatório-concreto ( 8 – 11 anos);
  • Operatório-formal (8 – 14 anos);
Segundo Piaget, as idades de ocorrência dos estádios são extremamente variáveis de um sujeito a outro. O que se mantém constante, segundo ele, é a ordem de ocorrência dos estádios.

Autoestima da criança negra


A forma como nos sentimos acerca de nós mesmos é algo que afeta crucialmente todos os aspectos da nossa existência. Nossas reações aos acontecimentos do cotidiano são determinadas por quem e pelo que pensamos que somos. Assim a autoestima é a chave para o sucesso ou para o fracasso. É também a chave para entendermos nós mesmos e os outros.
Ao fazer a entrevista com os alunos da minha escola, sobre o sentimento dele como aluno(a) negro (a) na escola, pude perceber claramente que a escravidão deixou marcas profundas no Brasil. Preconceitos racistas passaram à história e prevalecem ainda hoje, mais de cem anos depois da abolição.
Assim sendo, a educação das relações étnico-raciais impõe aprendizagens entre brancos e negros. Entre os negros, poderão oferecer conhecimentos e segurança para orgulharem-se de sua origem africana. Para os brancos, poderão permitir que identifiquem as influências, a contribuição, a participação e a importância da história e da cultura dos negros, no seu jeito de ser, viver e se relacionar com as outras pessoas.

I N C L U S Ã O

O que me preocupa em relação a inclusão e integração de pessoas com deficiências e necessidades especiais na escola, é a forma como esse processo está sendo implantado e implementado, isto é, a desconsideração da realidade da maioria das escolas públicas brasileiras.
As escolas regulares não estão preparadas para receber os alunos com necessidades especiais, no que diz respeito, à adequação do espaço físico e do preparo dos profissionais que nela atuam.
É visível a angústia dos professores no que diz respeito ao atendimento desses alunos, por não possuirem conhecimentos e habilidades específicas e saberem de sua necessidade, porque como educadores tem consciência de responsabilidade, zelo e ética.
Também me incluo nessa preocupação. Receio que, por não estar devidamente preparada, ou melhor, completamente despreparada, possa vir a causar danos maiores a essas pessoas, do que contribuir efetivamente para sua formação.

domingo, 10 de maio de 2009

IDENTIDADE NACIONAL



Transcreve-se a seguir, um dos mais belos poemas criados por Ascenso Ferreira, que conjuga valores históricos, religiosos, culrurais e tem a ver com uma certa memória do passado e projeção do futuro.


História Pátria

Plantando mandioca, plantando feijão,
colhendo café, borracha, cacau,
comendo pamonha, canjica, mingau,
rezando de tarde nossa Ave-Maria,
Negramente...
Caboclamente...
Portuguesamente...

A gente vivia.

De festas no ano só quatro é que havia:
Entrudo e Natal, Quaresma e Sanjoão!
Mas tudo emendava num só carrilhão!
E a gente vadiava, dançava, comia...
Negramente...
Caboclamente...
Portuguesamente...

Todo santo dia!

O Rei, entretanto, não era da terra!
E gente pra Europa mandou-se estudar...
Gentinha idiota que trouxe a mania
de nos transformar
da noite pro dia...
A gente que tão
Negramente...
Caboclamente...
Portuguesamente...

Vivia!

(E foi um dia a nossa civilização tão fácil de criar!)
Passou-se a pensar,
passou-se a cantar,
passou-se a dançar,
passou-se a comer,
passou-se a vestir,
passou-se a viver,
passou-se a sentir,
tal como Paris
pensava,
cantava,
comia,
Sentia...
A gente que tão
Negramente...
Caboclamente...
Portuguesamente...

Vivia!

Essa poesia tem raízes históricas. Ela é o relato da colonização européia no Brasil e sua influência em nossa cultura, e até hoje a nação brasileira está comprometida com a chamada "mistura das raças", sua diversidade e seu contraste cultural.
A diversidade explica a variedade dos elementos culturais existente na nossa língua portuguesa, nos rituais religiosos, na culinária, na dança, na música, etc. O contraste mostra a oposição entre esses elementos , em que um deles se sobressai, impondo-se ao outro. Ocorreu, no Brasil, a imposição dos aspectos culturas do europeu, que consequentemente passaram a predominar sobre os traços culturais africanos e indígenas. Isso trouxe como consequência a discriminação e o preconceito que fragmenta a identidade do brasieliro e nos separa na busca de uma identidade comum, por isso deve ser combatido e desestimulado em todas as suas formas e situações em que ele ocorrer.

domingo, 3 de maio de 2009

O Problema Moral



A moral surge como um conjunto de leis que regulam a nossa conduta. Cada homem tem uma moral que lhe veio de fora, com a educação, isto é, com o fato de que o indivíduo pertence a uma sociedade, a uma comunidade histótica e social.
Através do debate realizado via fórum sobre o dilema do antropólogo francês, percebi que o problema moral não é um problema simples, nem como cega aceitação de regras de conduta que nos são fornecidas já prontas, nem como a afirmação de uma liberdade radical para estabelecermos, nós mesmos, sozinhos, os nossos valores e os nossos fins.

O problema moral na vida do homem é feito de contradições vividas, sempre renovadas, entre o que é proibido e o que é permitido e o senso de responsabilidade pessoal que define o sentido do agir humano, individual ou coletivo.
Outra questão que ficou bem evidente é que estamos sempre muito aptos a julgar o outro, segundo nosso próprio coeficente de valoração, atendendo, de uma maneira ou de outra, aos nossos interesses e necessidades.

sábado, 2 de maio de 2009

EDUCAÇÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES EDUCACIONAIS ESPECIAIS



Muitos consideram que a deficiência tem um significado muito forte, carregado de valores morais, comtrapondo-se a "eficiente". Levaria a supor que a pessoa deficiente não é capaz; e, sendo assim, então é incompetente e sem inteligência. A ênfase recai no que falta, na limitação, no "defeito" gerando sentimento como desprezo, indiferença, chacota piedade ou pena.
No entanto, à medida que vamos conhecendo uma pessoa com deficiência, e convivendo com ela, constatamos que ela não é incapaz. Pode ter dificuldades para realizar algumas dificuldades mas, por outro lado, em geral tem extrema habilidade em outras. Exatamente como todos nós. Todos nós temos habilidades e talentos característicos; nas crianças com deficiência, essas manifestações são apenas mais visíveis e mais acentuadas. Diante disso, ao usarmos o termo 'deficiente', temos que ter em mente que estamos nos referindo, em primeiro lugar , a uma pessoa, um ser humano, que possui entre suas características uma deficiência mental, física (ou de locomoção), auditiva ou visual.

LEI Nº 10.639, de 9 de janeiro de 2003.



Altera a lei nº 9.394, de 20 de dezmbro de 19996, que estabelece as diretrizes e bases da educação nacional, para incluir no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática "História e Cultura Afro- Brasileira', e dá outras providências.
O Presidente da República faço saber que o Congresso Nacional decreta e eu sanciono a seguinte Lei:
Art.1º A Lei nº 9.394, de 20 de dezembro de 1996, passa a vigorar acrescida dos seguintes arts. 26-A e 79-B:
"Art. 26-A. Nos estabelecimentos de ensino fundamental e médio, oficiais e particulares, torna-se obrigatório o ensino sobre História e Cultura Afro-Brasileira.
§ 1º O conteúdo programático a que se refere o caput deste artigo incluirá o estudo da História da Africa e dos Africanos, a luta dos negros no Brasil, a cultura negra brasileira e o negro na formação da sociedade nacional, resgatando a contribuição do povo negro nas áreas social, econômica e política pertinentes à História do Brasil.

§ 2º Os conteúdos referentes à História e Cultura Afro-Brasileira serão ministrados no âmbito de todo o currículo escolar, em especial nas áreas de Educação Artística e de literatura e História Brasileiras.
"Art. 79-B. O calendário escolar incluirá o dia 20 de novembro como 'Dia Nacional da Consciência Negra'."
***
Achei interssante colocar essa Lei no meu portifólio, porque como educadora, sei que a educação constitui-se como um dos principais mecanismos de transformação de um povo e é papel da escola de forma democrática e comprometida com a promoção do ser humano na sua integralidade, estimular a formação de valores, hábitos e comportamentos que respeitem as diferenças.