sábado, 4 de dezembro de 2010

Trabalho de Conclusão de Curso (TCC)

Como encerraram-se os eixos das interdisciplinas e estamos em fase de conclusão dos TCCs, e beirando o temido workshop final, expresso aqui a minha impressão sobre esta experiência de elaborar um trabalho de conclusão.
As emoções são parte indissociável deste trabalho. Aborrecimento, ansiedade, preocupação, frustração, são alguns dos sentimentos que me acompanharam durante o processo. Muitas vezes me senti oprimida diante das dificuldades e pensei em desistir, mas só pensei...
A construção do trabalho não é simplesmente uma atividade técnica, que se pode elaborar sem muita reflexão, sem uma ampla pesquisa, e também não é uma ação desprovida de comunicação, pois mais solitária que a tarefa possa parecer, pelo contrário, opiniões e incentivos são fundamentais nesse momento.
Devia existir o "Grupo de Apoio aos Formandos em Situação de Stress" para atender acadêmicos, nos semestres finais do Curso de Graduação que apresentam dificuldades em virtude das exigências nesta etapa de sua formação. Talvez nos cursos presenciais, os alunos não "sofram" tanto, pois creio que possam socializar as dificuldades, bem como, refletir coletivamente e buscar encaminhamento para minimizar as dificuldades encontradas, em vez de passarem pela angustiante espera de uma resposta via e-mail como no caso dos alunos da EAD.
Ter o professor orientador ao alcance da mão e da voz, é uma necessidade que decorre do próprio sentido da atividade, e da constatação de que uma boa construção reside em grande medida no encontro, na comunicação, na cumplicidade, nas idéias compartilhadas.
Ao final, ouso dizer que estou satisfeita como autora, e que as dificuldades que encontrei, as buscas e as indagações que tive, as trocas e os ajustamentos que fiz durante o processo de construção do TCC, me propiciaram uma oportunidade de crescimento pessoal e profissional ímpar e a coragem de assumir que somos tão aprendizes quanto nossos alunos.

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Escola Cultura e Sociedade

* Postagem referente a semana de 04a 10/10

A PALAVRA educação tem sido muitas vezes empregada em sentido demasiadamente amplo, para designar o conjunto de influências que, sobre nossa inteligência ou sobre a nossa vontade, exercem os outros homens, ou, em seu conjunto, realiza a natureza. Ela compreende, diz Stuart MILL, "tudo aquilo que fazemos por nós mesmos, e tudo aquilo que os outros intentam fazer com o fim de aproximar-nos da perfeição de nossa natureza".
A partir dessa frase, repensei minha trajetória pessoal e profissional. Nela estão incluídas desde minhas escolhas mais práticas e cotidianas até minhas opções mais íntimas. Vários caminhos foram trilhados em diálogos com idéias, interesses, vivências, curiosidades, até a construção da pessoa que sou momentaneamente, pois ainda estou em processo de mudança, buscando aperfeiçoamento. A meu ver, a diferença e a semelhança entre pessoas são definidas pela educação e pela cultura que cada um tem.
Atualmente, entendo que educação é tudo o que auxilia a pessoa a desenvolver suas potencialidades, não apenas as cognitivas ou intelectuais, mas também as afetivas, artísticas, espirituais, os valores, o corpo, etc. Acredito que a educação deva perseguir todas essas dimensões para transformar a escola num espaço de efetiva aprendizagem, pois esta tem como papel fundamental a conscientização do homem para o exercício perfeito da cidadania e qualificação profissional.
Quando se fala em educação, fala-se em vida. E vida a qual nos referimos não é o simples fato de se mover, andar, comer e trabalhar, todavia, é sermos valorizados como homem e como pessoa, no respeito aos nossos sentimentos, direitos civis e jurídicos para preservação de nossa dignidade.

ARQUITETURAS PEDAGÓGICAS

*Postagem de Recuperação referente ao dia 22 a 28/11
Quando ouvi em meu curso a expressão “arquiteturas pedagógicas” (AP) não tinha a mínima noção do que se tratava, e ter que desenvolver durante meu estágio de docência uma arquitetura pedagógica, me pareceu um grande desafio.
Primeiramente, precisei saber do que se tratava. Um dos textos disponibilizados pela interdisciplina "Seminário Integrador" trazia a seguinte definição:
Arquiteturas pedagógicas podem ser compreendidas como “estruturas de aprendizagem realizadas a partir da confluência de diferentes componentes: abordagem pedagógica, software, Internet, inteligência artificial, educação a distância, concepção de tempo e espaço”. Ou seja, são combinados os recursos tecnológicos com a visão pedagógica, sendo esta conjunção o elemento que fundamenta a AP.Carvalho, Nevado e Menezes (2007, p.39), Para esses autores pressupõe-se que as APs são viabilizadas pela convergência entre os paradigmas epistemológicos e as estratégias pedagógicas, acolhendo, assim, uma possibilidade de releitura dessas, demonstrando-se, mais receptivas à aprendizagem.
Assim, a construção das arquiteturas pedagógicas pode ser metaforicamente relacionada a uma atividade artesanal, onde será tecida uma rede de relações entre as experiências vivenciadas pelos sujeitos e a reflexão sobre diferentes fatos e objetos relacionados com o meio de atuação em estudo. Este processo, entretanto, necessita de propostas pedagógicas abertas a uma abordagem didática flexível e adaptável aos mais diversos enfoques temáticos (Carvalho et al., 2005).
Depois de compreender do que se tratava, planejei minha arquitetura pedagógica com a intenção de democratizar o acesso ao conhecimento, acelerar e promover o desenvolvimento, principalmente para aqueles que nunca manusearam um computador. O principal foco das ações foi a inserção digital dos meus alunos do primeiro ano possibilitando-lhes conhecer algumas tecnologias, que vêm se tornando ferramentas importantes na busca e no registro das informações e nas relações destas com a aprendizagem, pois quanto mais diversificados os recursos didáticos no processo de ensino, maiores as possibilidades de torná-lo atraente, prazeroso e, consequentemente mais eficiente.
Essa ação foi permeada por muitas aprendizagens, tantas que desenvolvi meu trabalho de conclusão de curso (TCC) sobre a inserção digital através da escola. Isso me propiciou observar, rever e avaliar as atuais estruturas dos ambientes educacionais para posteriormente explorar as possibilidades que as tecnologias nos oferecem.

terça-feira, 16 de novembro de 2010

Linguagem e Educação

A Linguagem oral possibilita à criança comunicar-se, interpretar, representar o mundo e organizar o pensamento. Ao chegar a escola, toda criança está imersa na cultura de seu grupo social e vai aprendendo essa cultura por meio da oralidade. Independente do domínio que a criança possua de falar, os adultos que a cercam falam perto delae com ela em suas práticas sociais cotidianas. Ninguém espera por exemplo, que um bebê aprenda a falar para só depois falar com ele, mesmo que esta conversa não tenha uma resposta imediata. Portanto, é mais do que certo que ao chegar a escola, os alunos já utilizem a oralidade para comunicar idéias, sentimentos, desejos, para influenciar e interagir com o outro. Junto ao seu meio familiar e social eles empregam a fala de maneira significativa, ou seja, as palavras são usadas em situações de comunicação.
No início do ano letivo, tive um pouco de dificuldade em fazer com que as crianças experessassem suas idéias oralmente, em conversas dirigidas ( aulas dialogadas). Geralmente elas repetiam palavras ou frases que já haviam sido ditas pelos colegas ou simplesmente se abstinham de expressar opiniões. Diante do fato intensifiquei ações onde a linguagem oral se fizesse presente com o objetivo de oferecer às crianças a possibilidade de ampliar sua capacidade de comunicar-se oralmente, incentivando que elas falassem tudo que estivessem pensando, imaginando. O importante era que as crianças pudessem falar e ouvir e para tanto, criamos rodas de conversa sobre assuntos diversos, como o relato do final de semana de cada um, a descrição de um objeto que estava no meio da roda, as utilidades do mesmo,etc.
Também fiz um trabalho sobre o respeito pela vez e pela voz do outro, pois era comum uns rirem dos outros e essas atitudes intimidavam os falantes. Creio que esse trabalho estimula a expressão oral e possibilita ao professor organizar situações de aprendizagem onde a turma se expresse de forma real e autêntica.
Para mim também foi uma aprendizagem, pois antes de cursar essa interdisciplina eu questionava os alunos sobre o conhecimento que eles possuiam sobre um determinado tema e na sequência já ia explicando. Hoje procuro tirar deles as informações, vou fazendo provocações e plantando a dúvida nas afirmações deles e acabo fazendo com que eles sanem as dúvidas por outros meios, envolvendo a família ou outros professores, pois dessa forma também estou incentivando-os à pesquisa, a busca de soluções e oferecendo a mediação necessária entre o aprendiz e o conhecimento.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Didática, Planejamento e Avaliação

Nesta semana em que estou um pouco afastada do TCC, venho refletindo sobre a pertinência das teorias sobre alfabetização. Pergunto-me sobre o que mudou na minha prática depois da formação? O que tem sido mais significativo em minha prática pedagógica?... e está muito claro que é o processo de construção dos alunos no que tange a alfabetização. Antes minha prática era mais voltada para a transmissão de conhecimentos, minhas aulas eram descontextualizadas, porém, criativas o que considero um ponto positivo. Oferecia sempre novidades aos meus alunos, mas não deixava eles construírem o conhecimento.
Considero que foi fundamental conhecer as teorias que dão significado as propostas da alfabetização, e para tal fez-se necessárias muitas leituras, estudos e pesquisas para que pudesse ter clareza sobre como se dá o processo de alfabetização, com ênfase especial, em como os alunos aprendem, e que hipóteses permeiam suas aprendizagens. Sem tais noções, seria impossível construir uma prática pedagógica que auxilie no desenvolvimento da alfabetização.
A alfabetização a que me refiro, entendo por uma construção da leitura e da escrita atrelada ao letramento, pois a codificação e decodificação são importantes para a compreensão lingüística e o letramento para que os alunos possam construir com propriedade a leitura de mundo, onde se complementam compreender o uso da língua e sua função social.
No que tange a alfabetização, posso afirmar que se trata de algo complexo, que requer muita observação, intervenção do professor, para que os alunos possam usufruir daquilo de que de fato precisa para se desenvolverem, o espaço da sala de aula deve ser rico de portadores de textos, de gêneros literários, de experiências, de confrontos, de trocas, enfim... É uma série de elementos a serem contemplados para que haja sucesso na proposta de alfabetizar. Além de tudo que considero importante no processo de alfabetização, não posso deixar de fora os processos internos dos alunos, que muitas vezes vão além do que é propiciado, requer muito mais, um olhar mais focado, sensibilidade, flexibilidade, compreensão, paciência, entendimento, ousadia, etc. Estes requisitos exigem bastante do professor, da prática pedagógica desenvolvida em sala de aula, e talvez, sejam eles os responsáveis por tamanha resistência por parte dos professores da escola em que trabalho, em assumir a alfabetização, visto que, o próprio professor acaba sendo avaliado segundo as conquistas ou fracassos dos alunos.
Alfabetizar é sempre um desafio, e para mim, um desafio apaixonante.

segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Diversidade na Escola



Durante meu Estágio de Docência trabalhei com os alunos a construção da identidade individual e grupal, com o objetivo de possibilitar que o aluno falasse de si mesmo, percebesse suas características pessoais, bem como as do outro. Contruímos um pbworks e registramos fotos que evidenciavam a diversidade e trabalhei com eles o respeito a essa diversidade, salientando que somos semelhantes porém, diferentes.


A Interdisciplina "Questões Étnico-Raciais na Educação" possibilitou que pensássemos sobre as normas sociais dos grupos aos quais pertencemos e dos papéis que exercemos com a nossa própria individualidade e que conferem à nossa identidade duas importantes dimensões: somos seres singulares com traços que são únicos; somos seres plurais e compartilhamos diversas características comuns com nossos semelhantes.
Essas aprendizagens me deram embasamento para desenvolver um belo trabalho em sala de aula. Até as atividades relativas ao "Dia do índio" tiveram uma nova abordagem pois levou a criança a perceber a existência de outros grupos sociais.
Ao invés de pintar as carinhas das crianças e dar uma folha para colorir, como fazia anteriormente, mostrei a eles diferentes vídeos onde os índios apresentavam seu canto, sua dança e seus costumes.
Procurei desfazer um pouco aquela imagem pré-concebida do índio que vive na mata, anda nú e caça e pesca para sobreviver. Mostrei a eles que as crianças indígenas vão à escola como eles, visitam e conhecem outras cidades, e interagem com outras crianças.
(Eles ficaram boquiabertos ao saber que eu tinha encontrado um casal indígena numa escola e havia tirado uma foto com eles.)


Desta maneira promovi uma aproximação cultural e a valorização da diversidade de forma que os alunos se apropriassem do conhecimento estabelecendo um diálogo com o seu mundo e com o mundo que os rodeia de forma crítica e consciente.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Alegria de saber!

Muitas vezes recebi em minha sala de aula, alunas que cursavam o ensino superior e vinham observar a aula, trazendo sempre umas" perguntinhas" sobre aprendizagem, método, embasamento teórico, etc.
Eu detestava responder aquelas perguntas, porque não sabia as respostas, tinha que pesquisar para escrever algo que mascarasse o que eu não sabia, e além do mais, me tomava tempo. Então quando podia, dava uma desculpa e passava a bola para outra colega que tivesse mais formação que eu.
Esta semana, uma estudante de Pedagogia que tem uma irmãzinha de sete anos em minha turma da tarde, disse-me que havia feito uns testes com a irmã para ver como andava o raciocínio lógico matemático da mesma. Quando ela começou a detalhar as atividades que havia feito com ela, interrompi-a e disse: - Ah, é o Método Clínico de Piaget! Naquele momento senti um orgulho imenso de mim mesma por saber do que ela estava falando, e expliquei algumas coisas para ela, que talvez ela já soubesse, mas naquele momento era importante que ela soubesse que estava falando com uma professora que possuia conhecimento.
Ela observou a aula até a hora do recreio e depois da observação, deixou a folha de perguntas que respondi ali mesmo, em sala de aula, em meio as conversas e os burburinhos dos alunos, e com muita facilidade.
Esse conhecimento eu adquiri durante o curso de Pedagogia em uma das interdisciplinas ( Representação do Mundo pela Matemática)

*Informações sobre o método Clínico Piagetiano para os vititantes que não são da área ou que, eventualmente, não saibam do que se trata:
O Método Clínico Experimental de Jean Piaget apresenta-se como possibilidade investigativa do nível de pensamento da criança, na tarefa psicopedagógica. O Método disponibiliza recursos para avaliação do potencial criativo e cognitivo da criança, possibilitando interferências criativas do aplicador que age como um "provocador" de aprendizagem, levando a criança a fazer reflexões e desacomodações necessárias para avançar aos níveis subsequentes de pensamento.

domingo, 17 de outubro de 2010

Ensinando matemática

A Interdisciplina Representação do Mundo pela Matemática me fez perceber a Matemática como uma ciência dinâmica que está bastante presente no cotidiano das crianças que, brincando, jogando, cantando, ouvindo histórias, estabelecem conexões entre o seu cotidiano e a matemática e entre a matemática e as demais áreas do conhecimento.
A criança entra em contato com os números desde muito cedo, no contexto familiar e social: sua idade, número de sua casa ou telefone, número do seu canal de televisão preferido, ou do andar onde mora, etc.
Esse contato, embora informal, é de grande importância, pois oferece condições de familiarização com o conceito, e a criança começa a estabelecer suas primeiras hipóteses a respeito do processo de representação de quantidades.
As atividades propostas devem considerar as experiências do cotidiano não escolar do aluno, bem como suas experiências escolares anteriores, de modo que ele possa, ao engajar-se no processo de construção do conhecimento, mobilizar o que já sabe para chegar ao que não sabe.
Deve-se considerar ainda que os significados que o aluno constrói para a Matemática, estão estreitamente vinculados aos problemas que ele resolve e às experiências de que participa.
Atividades diversificadas, em diferentes contextos, contribuem para alargar o campo de aplicação dos conceitos. É preciso permitir que a criança explore os espaços, manipule objetos, compare, classifique, serie, etc. A experiência física consiste em agir sobre o objeto e conseguir algum conhecimento por abstração. Por exemplo, descobrir que um objeto é mais pesado do que outro. Na experiência lógico-matemática, o conhecimento não é extraído dos objetos, mas das ações realizadas sobre os objetos pelo sujeito.

"A Constituição estabelece que a educação seja um direito de TODOS..."

A Educação Inclusiva atenta a diversidade inerente à espécie humana, busca perceber e atender as necessidades educativas especiais de todos os sujeitos-alunos, em salas de aulas comuns, em um sistema regular de ensino, de forma a promover a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal de todos: os portadores de necessidades especiais, os negros, os brancos, os indígenas; pois é sabido que esta heterogeneidade só enriquece o cenário pedagógico.
A interdisciplina EDUCAÇÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS - B me fez refletir sobre o processo de inclusão dos portadores de necessidades especiais na rede comum de ensino e a necessidade de preparação dos professores, uma vez que a educação inclusiva supõe práticas pedagógicas diferenciadas.
Legalmente é garantido a todos o direito à educação, mas também, de acordo com a lei, o professor de classe regular deve ser capacitado. De acordo com a lei, são considerados professores capacitados para atuar em classes comuns com alunos que apresentem necessidades educacionais especiais àqueles que comprovem que, em sua formação, de nível médio ou superior, foram incluídos conteúdos sobre educação especial adequados ao desenvolvimento de competências e valores para tanto.
No entanto, não é o que ocorre na prática. Atender as diferenças é um desafio. Desafio para o qual não nos sentimos aptos. Estamos todos carentes de estudos que permitam melhor compreender o movimento de inclusão no ensino regular, seus efeitos e suas consequências, tanto para os alunos e professores, quanto para as instituições de ensino.
Eu particularmente, não me sinto capacitada, porém é certo que quando tiver que enfrentar a situação, buscarei meios para isso, pois procuro não me acomodar às situações e tento, na medida do possível, focar minha atenção na resolução e não no problema.
Ao meu ver, é preciso admitir com determinação a nova realidade e entender que a inclusão é um processo gradual e dinâmico, que assume diferentes formas segundo as necessidades de cada aluno e o contexto da escola. E para que o processo de inclusão realmente ocorra, toda a comunidade escolar deverá aprender a expressar sem medo suas dificuldades, pedir auxílio quando se fizer necessário, saindo da passividade e da acomodação.

domingo, 26 de setembro de 2010

Informática Educativa no Brasil

Maria Candida Moraes foi coordenadora geral do PROINFO/MEC em abril de 1997.
O ProInfo é um programa educacional com o objetivo de promover o uso pedagógico da informática na rede pública de educação básica. O programa leva às escolas computadores, recursos digitais e conteúdos educacionais. Em contrapartida, estados, Distrito Federal e municípios devem garantir a estrutura adequada para receber os laboratórios e capacitar os educadores para uso das máquinas e tecnologias.http://portal.mec.gov.br
É dela também a fala a seguir:
"Apesar de existir uma política de informatização da educação brasileira concebida sistemicamente, preocupada com questões relacionadas à contextualização dos projetos e atividades, prevendo conexões e possibilidades de integração entre os vários subsistemas, envolvendo ações de cooperação técnica e o reconhecimento internacional, na prática, tudo isto não garantiu uma adequada operacionalização do Programa".
Coincidentemente, estou abordando este mesmo tema em meu TCC.
O Proinfo, fez com que, de um modo geral,os computadores entrassem nas escolas, mas não garantiu,apesar do discurso inclusivo, o acesso a essa tecnologia.
Ao que se pode perceber, nem sempre as políticas públicas implementadas atingem as metas estabelecidas na sua concepção. Esta segunda fala da autora tenta, em minha opinião, justificar uma das causas do insucesso do programa.
"Uma boa teoria, muita vezes, fracassa na prática e que nem sempre o que funciona, na prática, para uns, funciona igualmente para outros. Da mesma forma, o que é bom para um país pode não ser adequado para o outro. O mesmo ocorre para um estado, região, município, ou mesmo, para uma escola. Daí a importância e necessidade dos projetos serem contextualizados, especialmente no que se refere à capacitação de professores"
Em minha experiência de inclusão digital com os alunos do primeiro ano durante o estágio, pude perceber na prática uma série de outros problemas. Minha escola recebeu computadores que permaneceram nas caixas por uns quatro anos, mais ou menos, pois a escola não possuia recursos financeiras para a montagem de redes que viabilizassem acesso à internet, colocação de mobiliário adequado, manutenção, etc. Diante dessa precarização, há ainda o fato de o número de computadores ser inferior ao número de alunos, numa proporção acentuada.
Evidentemente, alguém deixou de cumprir o seu papel, talvez o estado, mas não tenho como afirmar isso sem pesquisar... A única coisa que posso afirmar é que resta à escola e aos professores, organizar movimentos e encontrar alternativas para utilizar esses poucos computadores existentes, em prol da inclusão digital e consequentemente, da inclusão social.

O caráter social da educação

"Da definição do parágrafo precedente, conclui-se que a educação consiste numa socialização metódica das novas gerações. Em cada um de nós, já o vimos, pode-se dizer que existem dois seres. Um, constituído de todos os estados membros que não se relacionam senão conosco mesmo e com os acontecimentos de nossa vida pessoal; é o que se poderia chamar ser individual. O outro é um sistema de idéias, sentimentos e hábitos, que exprimem em nós, não a nossa personalidade, mas o grupo ou grupos diferentes de que fazemos parte; tais são as crenças religiosas, as crenças e práticas morais, as tradições nacionais ou profissionais, as opiniões coletivas de toda a espécie. Seu conjunto forma o ser social. Constituir esse ser social em cada um de nós tal é o fim da educação."
* DURKHEIN, Émile. Educação e sociologia.4 ed. trad. Lourenço Filho, São Paulo: Edições
Melhoramentos, 1955, p. 25-56.

Destaquei este trecho do texto de Durkhein porque ao definir a identidade como um dos eixos temáticos do meu estágio, o foco era o aluno e a constituição de sua identidade individual e grupal, possibilitando que o mesmo reconhecesse suas características pessoais e a do outro, bem como, se percebesse como uma pessoa que vivencia diferentes papéis sociais ( filho, irmão, colega, aluno...) e as normas inerentes a cada papel.
Durante a nossa existência, repleta de tensões e conflitos, precisamos sempre conjugar as normas sociais dos grupos aos quais pertencemos e dos papéis que exercemos com a nossa própria individualidade, criatividade e ousadia. Minha aprendizagem neste sentido, é de que a construção da identidade se dá nas interações sociais que o indivíduo estabelece nos diferentes grupos sociais dos quais participa ao longo da sua vida. Podemos dizer que esse é um processo inacabado, porque dependendo das experiências que vivemos, vamos incorporando novas facetas ao nosso jeito de ser.

terça-feira, 14 de setembro de 2010

Contribuições Importantes encontradas em alguns textos

Esta semana pesquisei em algumas interdisciplinas, assuntos relacionados ao tema de meu TCC e encontrei alguns textos interessantes que poderão auxiliar o desenvolvimento desse trabalho. Dentre eles APRENDER COM OS OUTROS INTERAGINDO NOS PROCESSOS DE APRENDIZAGEM (Luciane M. Corte Real). Embora o texto trate mais especificamente sobre a construção coletiva do conhecimento através dos Projetos de Aprendizagem, ele fala sobre as relações entre alunos, professores e alunos e alunos e objeto do conhecimento. Relações que são permeadas pela cooperatividade, pela curiosidade e pelo desafio.
A inserção da informática nas séries iniciais,apresenta essas características, pois num primeiro momento, o computador é o objeto do conhecimento. É preciso saber como ele funciona para posteriormente interagir com ele. Nem todas as crianças da minha turma possuíam esse conhecimento e como o número de máquinas existente no laboratório de informática era inferior ao número de alunos, possibilitou a cooperatividade e a aprendizagem com o outro que já possuía algum conhecimento.
O SOFTWARE EDUCATIVO - SEM MEDO DE ERRAR ( Cristiane Scattone) também traz importantes contribuições no que se refere a utilização dos softwares educativos como recurso de aprendizagem no sentido de desafiar e despertar a curiosidade do educando, bem como otimizar o interesse e a motivação dos educandos pelo processo de aprendizagem.
A interface dos programas educacionais, trazem figuras coloridas e que chamam a atenção, assim como os livros, que trazem imagens que deixam a leitura mais interessante, com a vantagem que esse método é interativo e possibilita que a criança interferira nos resultados deixando além da imaginação fluir a percepção do resultado da sua participação, dando maior participação e permitindo que o conhecimento seja testado.

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

Mudando de tema... INCLUSÃO DIGITAL

Revendo meu estágio, creio que o fato mais marcante foi a inserção de meus alunos em outros espaços de aprendizagem, dentre eles o Laboratório de Informática. Pretendo em meu TCC abordar a importância da Inclusão digital, desde os primeiros anos, e as dificuldades que encontrei para efetivar essa inclusão. O texto a seguir foi escrito por mim e relata um pouco dessa problemática:
O Programa Nacional de Informática na Educação implementado pelo MEC que abrange a rede pública de ensino,fez com que, de um modo geral,os computadores entrassem nas escolas, mas não garantiu o acesso a essa tecnologia.
O problema não está somente na forma e na finalidade com que ele está sendo utilizado, mas principalmente se está sendo utilizado. As dificuldades estão no despreparo dos professores que veem esse processo como um verdadeiro desafio, e o é realmente, se levarmos em conta o fato de não se ter sido oportunizado aos professores um embasamento teórico, técnico e pedagógico adequado para que pudessem usar o computador como apoio e instrumento no processo ensino-aprendizagem.
Eu mesmo me sinto despreparada.O pouco que sei e que permitiu a inserção de meus alunos do primeiro ano,durante o período de estágio docente nesse contexto, devo ao fato de ter cursado Pedagogia na modalidade EAD, do contrário estaria assim como a maioria dos professores da minha escola: à margem desse processo.
Outro fator apontado como barreira para a não utilização desse recurso, deve-se ao fato de as turmas da rede pública serem demasiado numerosas e haver como em minha escola,apenas sete computadores disponíveis para turmas de trinta a quarenta alunos. Isso gera uma série de dificuldades e uma certa insatisfação, tanto nos professores quanto nos próprios alunos, que ficam impacientes esperando a vez e muitas vezes tumultuam o ambiente.
As escolas não estão encontrando formas de reverter essa situação e este meu tabalho de conclusão tem por objetivo, investigar quais são as barreiras/dificuldades/facilidades que os professores enfrentam ou apontam para a utilização dos computadores em outras escolas da rede pública e os possíveis caminhos para atenuar ou solucionar os problemas que impedem que essa ferramenta seja usada como recurso auxiliar no processo de ensino-aprendizagem.



segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Iniciando meu TCC

Meu tema será sobre o Papel do professor atualmente. É sabido por todos que o papel do professor foi mudando ao longo da história: de "detentor
do saber" passou a ser o eterno aprendiz. Mas não é só isso. O significado do papel do professor é muito mais amplo. É toda a função, seguida de um conjunto mais ou menos característico de comportamento próprio para aquela função que se desempenha em um dado momento de sua vida.
Pensei em tratar esse tema linkando o mesmo com a alfabetização, tratar mais especificamente do professor que atua nos primeiros anos, pois sua tarefa está a tornar-se crescentemente mais difícil, à medida que a nossa sociedade se torna mais complexa e independente.
As famílias quase não participam da educação dos filhos e quando participam é de forma desigual.
A saída da mulher para o mercado de trabalho acabou elegendo a falta de tempo como a principal justificativa da não participação e da falta de acompanhamento escolar. Então, se o dever de casa, ou o comparecimento nas reuniões de pais está sobrecarregando aqueles que exercem trabalho remunerado fora de casa, sobregarrega ainda mais o professor que precisa preocupar-se com questões que vão desde a higiene, cuidado com o corpo, até os problemas familiares que afetam o aluno.

domingo, 20 de junho de 2010

Fim do estágio e começo de um novo desafio...

... O relatório

O professor e a utilização de jogos

Esta semana experimentei em minha prática de estágio, aliar os jogos ao ensino de matemática, mas esta prática não aconteceu de maneira planejada. A idéia surgiu durante uma brincadeira onde explorávamos alguns movimentos com a bola de meia. Uma das ações era usar a bola para derrubar os pinos no jogo de boliche e diante dos comentários dos alunos, de "eu derrubei mais que você", surgiu a idéia de trabalhar o conceito de subtração. Após cada jogada, os alunos iam fazendo registros através de frases matemáticas.
Situações imprevistas podem ocorrer em sala de aula e nós professores devemos estar atentos para poder aproveitá-las da melhor maneira possível, explorando novas possibilidades, antes não imaginadas. Assim, quando se visa propor atividades que promovem a aquisição de conhecimento, qualquer jogo pode ser utilizado. A questão não está no material, mas no modo como ele pode ser explorado. Isso significa que a ação de jogar por nós proposta deve estar comprometida e coordenada tanto com as ações realizadas, como com as que serão futuramente executadas, correspondendo a um conjunto de ações intencionais e integradas no sistema como um todo.
Na atividade que propus, o jogo serviu como introdutor de um conceito matemático, mas devemos ter bem claro que não é o jogo que trabalha a matemática, mas sim a intervenção pedagógica que se faz nele. A mediação e orientação do professor quanto aos procedimentos dos alunos ao jogar, questionando sobre suas jogadas e estratégias se fazem necessárias para que o jogar se torne um ambiente de aprendizagem e recriação conceitual e não apenas de reprodução mecânica do conceito.

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Durante o período de estágio, tenho refletido, muito sobre o meu fazer pedagógico. São horas de planejamento, reflexão, direcionamento, pesquisa, leitura, enfim, tudo que propicie o desenvolvimento e a aprendizagem dos alunos e o meu próprio. Porém, em sala de aula, percebo que planejar é uma coisa, colocar em prática outra. Nem sempre é possível, pois as vezes o que julgo ser interessante para o aluno, não lhe atrai. Eu tenho um conteúdo a ser trabalhado, e as vezes percebo que o aluno não está pronto para ele, ou então surge uma situação nova em sala de aula que exige um redirecionamento da minha ação. Neste momento é preciso desprendimento, criatividade, observação para "inventar" ali na hora, uma nova estratégia. Para tanto, estar embasada teoricamente, ter bem claro os princípios norteadores da prática pedagógica, as metodologias utilizadas, os objetivos e principalmente, conhecer a criança, e respeitar seus interesses, são questões imprescindíveis para o sucesso de nossa proposta de trabalho.
É também no dia-a-dia, que recebemos o feedback daquilo que estamos propondo, desde as ações mais simples as mais complexas. É através do desempenho dos alunos que nos avaliamos. A forma como constroem o conhecimento, as estratégias de que se utilizam, os interesses que manifestam, são elementos a serem observados para que haja sucesso na proposta de alfabetizar.
Ser alfabetizado não é apenas aprender a ler e a escrever, mas é dar o primeiro passo rumo ao crescimento, à cidadania, à autonomia e, sendo assim, o ideal é que este processo seja vivenciado por todas as partes envolvidas: escola, criança e família. Por isso, é fundamental que os pais, entendam esse processo, descubram novos fatos com a criança, reconheçam e elogiem seus avanços, e auxiliem os filhos a transpor o aprendizado do lápis e do papel para a vida prática.
Sei que muitas de nós professoras têm feito seus planejamentos com a maior dedicação e carinho, pensando sempre no que é que nossos pequenos ou grandes estão precisando. Mesmo assim quando não obtemos grande êxito em alguns casos, acabamos nos cobrando e sendo cobrados por todos.

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Lanche saudável

Na semana que passou, trabalhei com meus alunos a questão dos bons hábitos alimentares e pude observar até que ponto os alunos integraram e deram sentido à informação. Naturalmente eles foram substituindo o salgadinho e os refrigerantes por outros alimentos mais saudáveis.
Muitas vezes a questão da praticidade é a causadora dos maus hábitos alimentares da criança. De acordo com a Organização Mundial de Saúde, uma em cada três crianças no Brasil, entre 5 e 12 anos, se encontra acima do peso e o lanche escolar é apontado como um dos principais vilões. Ao apresentar esses dados aos pais nas reuniões escolares, a grande maioria fala que é difícil seguir uma alimentação balanceada e saudável por não terem tempo adequado para preparar o lanche, pois o dia-a-dia é muito corrido.
Em minha escola tomamos algumas iniciativas em prol de uma alimentação saudável, por acreditarmos que o problema vai além das questões estéticas, pois a obesidade traz com ela diabetes, taxas altas de colesterol, hipertensão e outros problemas. Conversamos com os pais e combinamos que balas, chichetes e pirulitos, não poderão ser consumidos na escola, pois além do fator obesidade, os alunos menores estão em época de substituição dos dentes temporários pelos permanentes.
Na hora da merenda escolar servida pela escola, procuramos colocar de tudo no prato da criança para que ela vá modificando seus hábitos alimentares. É comum a criança rejeitar um alimento por inúmeras vezes, mas devemos insistir bastante até ela se adaptar com o paladar dos novos alimentos.
Costumo incentivá-los durante esse momento falando dos benefícios que o alimento que está sendo servido, traz para a saúde deles e apelo para o famoso "Comer para crescer".
Aproveito o momento também para reforçar os bons modos à mesa e ensiná-los a usar os talheres com maior autonomia, sem esquecer de detalhes importantíssimos que interferem no sucesso ou não desta “autonomia”como por exemplo, a variação das fases ou estágios de desenvolvimento infantil, as características pessoais e o ritmo próprio de cada criança.


domingo, 30 de maio de 2010

As causas do comportamento infantil

Realizei junto aos pais esta semana, por sugestão da professora Darli, uma enquete sobre a Avaliação escrita no primeiro ano do ensino fundamental de 9 anos. Sobre o que os pais pensam, a maioria apoia o procedimento pois acredita que a avaliação escrita é um instrumento que possibilita tomar conhecimento dos avanços e das dificuldades de aprendizagem do filho.
Sobre as reações comportamentais dos alunos, as mesmas se caracterizaram por sentimentos e emoções diversas, que geraram ansiedade, expectativa, e despertaram o senso de responsabilidade na criança.
Esses relatos me levaram a refletir sobre outros aspectos que influenciam a parte cognitiva do aluno. Nem sempre o aluno encontra-se emocionalmente estável para enfrentar o dia-a-dia escolar, e não encontra um contexto apropriado para expressar suas emoções, sendo este, um dos motivos de prejuízo em seu rendimento escolar, ou a causa de comportamentos inesperados. Tenho um aluno chamado J., ótimo em sala de aula, sociável, inteligente, participativo, realiza todas as atividades com interesse e empenho, mas tem dias que na hora do recreio ele se transforma num pequeno tirano, agredindo os colegas fisicamente.
Andei investigando a causa desse comportamento junto da avó que é quem traz o menino diariamente até a escola e soube que o menino foi rejeitado pelo pai desde o nascimento e foi criado pela mãe e a avó. As duas não se relacionam bem e o menino presencia discussões que beiram a agressão e quando isso acontece ele reage dessa forma na escola. A vó me relatou, sem saber o conteúdo que estou trabalhando (Família) que durante a semana ele questionou muito sobre o pai, quis saber onde ele estava, quem ele era e que casa mesmo apresentou um comportamento agressivo.
Segundo Elkin (1968), a socialização conta com alguns agentes, que são grupos ou ambientes que influenciam o indivíduo. São exemplos de grupos - família, escola, igreja, grupo de amigos - e de ambientes - meios de comunicação de massa. Os grupos contribuem com padrões que, possivelmente, sejam peculiares a eles próprios, como também produzem expectativas para os seus participantes.
Em um grupo como a escola, a criança tem direitos e obrigações formalizadas. Também na escola estão presentes a construção de regras, e as constantes abordagens sobre respeito e convivência.
Na hora em que acontece o fato, a gente questiona a eficácia dessas abordagens, e pensa numa punição que evite a reincidência, mas depois que se investiga as causas de determindados comportamentos, torna-se necessário repensar nosso modo de agir e, dentro do possível, utilizar outros mecanismos de repreensão que não estejam condicionados à heteronomia.

domingo, 23 de maio de 2010

Hoje, as crianças vivem num mundo onde os instrumentos culturais que estão disponíveis para os adultos também estão ao seu alcance e é comum vermos e ouvirmos dizer que as crianças têm total desenvoltura com o uso de novas tecnologias; que é mais fácil para elas usarem diferentes programas de computação do que para os adultos. Isto eu estou percebendo na prática e é um indicativo de que devemos investir mais nas dinâmicas pedagógicas no sentido de elas se realizarem como verdadeiras práticas sociais, superando a falta de aprofundamento dos conteúdos escolares, fator limitador das competências e habilidades necessárias à formação do cidadão.
Não pretendo parar de usar esses recursos após o período do estágio, pois estão sendo instrumentos auxiliares didáticos de grande valia na ação de ensinar e aprender. O uso desses recursos propiciam novas possibilidades e nos ajudam a planejar atividades voltadas para o desenvolvimento integral da criança tornando-os críticos, cooperativos, criativos e pensantes.
Minhas aulas estão mais dinâmicas, meus alunos têm mais oportunidade de trocar idéias entre si, ajudam uns aos outros, e estão aos poucos se tornando mais participativos e se expressando com menos receio. Esse é o lado bom, mas me preocupo com a questão da alfabetização. Tenho trabalhado com base na premissa de que quanto mais o aluno tem contato com a escrita, maior será a possibilidade de aprender. Utilizo para isso a pesquisa de palavras em jornais e revistas. Por exemplo: pesquisa de palavras iniciadas com as vogais, em seguida exploro o número de letras e sílabas das palavras dentro dos textos, mas parece que falta algo.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Sexta semana de Estagio

Minha semana efetivamente começará na terça pois estive afastada da escola por três dias, devido a uma conjuntivite. Nem pude acompanhar meus alunos na apresentação do "Chá das mães" que tivemos na escola no sábado dia 15/05, quem os acompanhou foi uma aluna do magistério que fez observação na turma da manhã durante a semana. Segundo ela, eles fizeram tudo direitinho.
Na semana que passou trabalhei com o tema Convivência, onde discutimos regras e combinados. Boas maneiras, atitudes de cortesia, respeito e as palavras mágicas, estiveram em pauta. Os alunos dramatizaram situações de uso das palavras, com licença, obrigado, por favor e me surpreenderam demosntrando criatividade ao improvisarem as cenas. Fizeram uso de gestos, mímicas e até improvisaram cenários para representar situações que evidenciaram fatos cotidianos, como cumprimentar um vizinho, pedir algo emprestado ao colega, agradecer por um presente, etc.
Nunca havia feito essa atividade, porque julgava ser difícil de ser executada, pois achava que as crianças teriam dificuldade em se organizar e criar algo a partir de uma tema, mas não foi difícil de ser executada e foi prazerosa para as crianças, pois elas representaram situações que elas mesmo elaboraram.
Esta semana, pretendo trabalhar com um tema bastante amplo, os direitos da criança e associar a eles o conteúdo da série. Por exemplo, através do direito a educação, irei trabalhar o tema escola, relacionando o espaço físico, as funções, a localização, etc.
Por enquanto estou conseguindo linkar os assuntos explorando recursos variados, explorando outros embientes da escola, a tecnologia, tudo que permite tornar a aula prazerosa e dentro da meta de obter aprendizagem significativa. Todas as mídias são muito importantes para potencializar a aprendizagem, pois propiciam a busca de respostas tendo por base o conhecimento trazido pelo aluno, sua intenção de pesquisa, seu desejo de conhecer, por isso é mais envolventes e os resultados positivos.


segunda-feira, 10 de maio de 2010

Sem Noção!

Tenho observado no meu dia-a-dia uma certa dificuldade em fazer com que meus alunos se expressem na roda de conversa ou nas aulas dialogadas. Hoje por exemplo, estávamos debatendo sobre as regras de convivência e só uma menina falava. Solicitei que os outros participassem também e um menino pediu a palavra para dizer que a mochila da colega estava caída. Quando voltamos ao tema, um colega disse que na escola, não podia brigar, outro que não podia bater, outro complementou que não podia chutar e outro, nem dar soco...
É difícil fazer a criança perceber que tudo que eles falaram eram modalidades que estavam inclusas dentro da palavra brigar, e desta forma, partir para outro exemplo.
No dia do índio aconteceu uma situação similar. Ao perguntar a eles como era o índio, durante a verificação dos conhecimentos prévios, uma menina disse "Ele não usa roupas". Os demais aproveitaram a deixa e citaram o guarda-roupa todo: Ele não usa calça, nem camiseta, nem uniforme, nem calção... Questionei novamente: E além de não usar roupas o que mais vocês sabem sobre o índio? Um menino respondeu: Ele não usa camisa!
Eles não conseguem entender que todas as peças citadas fazem parte do conjunto "roupas". Quase sempre tenho que induzí-los a pensarem em outras coisas.
Será que trabalhar a ídeia de conjunto por espécies, ajudaria eles a adquirirem essa noção?

domingo, 25 de abril de 2010

Para refletir e para rir...

Nessa segunda semana de estágio, percebi que minha maior dificuldade tem sido a reflexão sobre teoria e prática. É muito complicado analisar as situações de ensino e aprendizagem e relacionar com as teorias, principalmente quando eu percebo uma situação que comprova algo que eu tenho conhecimento e não sei quem foi o teórico que falou sobre. A solução então é pesquisar, reler alguns polígrafos e isso leva tempo.
Trabalhar com crianças do primeiro ano, dificulta também a minha prática, pois eles ainda não conseguem se expressar muito bem. Há os que se expressam bem através de desenhos e outros que só fazem garatujas que exigem interpretação oral da criança e registro escrito do professor. Há os que só querem brincar e parecem estar num mundo a parte e precisam ser chamados" à razão" a todo momento. Há os que falam e a gente não compreende, porque apresentam dificuldades na fala; os que não concatenam as idéias e falam uma coisa qualquer, durante a abordagem de um assunto, assim como há aqueles que demonstram um conhecimento prévio fantástico. Há os que apresentam dificuldade de relacionamento e durante a roda de conversa, ficam socando o colega, ou se deitando e aí você tem que interromper tudo que está fazendo e chamar a atenção e muitas vezes mudar o assunto, poque surgiu uma situação que é mais urgente.
Então tenho que adequar o meu planejamento a minha realidade e muitas vezes isso é frustrante porque passo horas planejando, pesquisando e parece que o aluno não está interessado em nada daquilo. Ele, o aluno, quer aprender a ler e escrever, os pais dele querem saber quando ele vai aprender a ler e escrever, minha professora orientadora quer saber como eu estou ensinando, não necessariamante a ler e escrever, mas por quais caminhos... E eu estou tentando por em prática os conhecimentos adquiridos, e meu objetivo final também é que as crianças aprendam a ler e escrever, só que os pais são muito imediatistas e não compreeendem a metodologia por mais que se explique.
Participei de um Seminário neste final de semana onde uma charge apresentada em powerpoint retratou bem essa situação: Era a imagem de uma mãe com ar desolado dizendo "Meu filho está doente. A professora disse que ele está pré-silábico..."

A primeira aula de informática dos meus alunos


As atividades que planejei para esta semana, ficaram um pouco alteradas porque a inauguração do laboratório de Informática da escola prevista para depois do feriado foi antecipada para a segunda-feira, devido a reabertura da biblioteca que é no mesmo prédio. Como todas as turmas fariam a visitação na biblioteca, a direção resolveu fazer as duas coisas no mesmo momento e achou interessante ter uma turma trabalhando no laboratório durante a visita. Como eu já havia me preparado com antecedência e os alunos estavam ansiosos esperando esse momento, foi possível efetivar a ação. Os alunos interagiram com um software educacional do tipo tutorial ( ALFACEL) com conteúdo relacionado a alfabetização. Ele apresenta números, vogais e consoantes de forma um pouco tradicional na minha opinião, mas meu objetivo maior nessa primeira aula era a funcionalidade, ou seja, o manuseio do mouse e do teclado.Algumas crianças demosnstraram habilidade, outras que nunca haviam usado um computador, apresentaram mais dificuldade em controlar o cursor com o mouse.Levantavam o mouse no ar e colocavam na frente da tela, como se este fosse um controle de TV, outros tiravam e colocavam o fone de ouvido pra ver se ouviam alguma coisa sem ele, ou colocavam no colega que estava em pé ao lado, esperando a vez, pois não havia computadores para todos. Foi preciso revezar, mas foi tranquilo

sábado, 17 de abril de 2010

Do planejamento à prática

O planejamento envolve muita reflexão e pesquisa sobre qual a metodologia mais adequada para alcançar determinados propósitos ou a melhor estratégia que podemos utilizar para oferecer condições de efetiva aprendizagem aos alunos. As teorias pedagógicas bailam em nossa mente e lembramos que alguém afirmou tal coisa, mas não lembramos quem foi... E lá vamos nós para a pesquisa. Derepente aparece uma idéia criativa e com ela uma série de providências a tomar até se tornar passível de execução.
Por Exemplo:
Minha escola tem laboratório de informática, mas nunca foi usado. Eu que vou inaugurar o uso dos mesmos. Junto com a honra, vieram as dificuldades. Após analisar vários softwares educativos e selecionar o que mais atendia a minha proposta de trabalho e a faixa etária de meus alunos, copiei o programa e fui para o laborátório instalar nos computadores, no turno da noite, lógico, pois trabalho 40h durante o dia. a primeira dificuldade foi que o programa não era compatível com o linux, tive que chamar um técnico pra me orientar, solucionado esse problema, precisava de fones e ninguém sabia se tinha ou não, pois estamos sob nova direção. Quando os encontramos, alguns não funcionaram, compramos novos, e depois de duas noites de função, está tudo Ok, menos o planejamento, pois não podia planejar sem estar com os recursos em condição de uso. Aí li um e-mail da Tutora Cristiane, dizendo que eu deveria refazer minha Arquitetura Pedagógica e que para tanto tinha que reler um texto que já não havia entendido no semestre passado. Ainda não consegui concluir oPlano de Estágio solicitado na (letra "f") do Termo de Compromisso e nem pegar o termo no Pólo porque não estava lá na quarta-feira, mas eu fui lá... Tenho que fazer o planejamento da segunda semana que envolve pesquisa de vídeo, literatura, atividades, a música mais adequada, ou o que mais eu me propuser a fazer. Tem essa postagem aqui do Portfólio, tem a reflexão da semana, tem o seminário municipal(sexta e sábado) que tenho que participar pois ainda não tenho nenhum crédito extra, tem meus filhos reclamando que eu nem cozinho mais, tem a casa, o supermercado e por fim, a enxaqueca ...

terça-feira, 13 de abril de 2010

Minhas expectativas em relação ao Estágio

Um dos maiores desafios enfrentados pelos educadores é a tarefa de bem ensinar. Educamos hoje crianças que irão viver a maior parte de suas vidas em um mundo que é desconhecido para nós, e que se caracteriza pelas rápidas transformações, sejam elas tecnológicas, científicas, ou em relação a valores sociais e morais. Cabe, então, a nós professores, uma reflexão permanente e ousada no sentido de encontrar o melhor caminho para que eles desenvolvam suas potencialidades, valorizando seus hábitos linguísticos e culturais.

O curso nos propiciou muitos conhecimentos, e com base nesses conhecimentos eu pretendo fazer com que minha prática pedagógica favoreça a interação e a troca de informações. Para tanto, espero continuar contando com a orientação da professora Darli, que me passou uma certa tranquilidade na aula presencial, quanto ao planejamento das ações.

Na verdade eu esperava um roteiro com a ordenação dos ítens que deveriam ser contemplados no planejamento, tais como justificativa, objetivos, conteúdos, etc. Como não teve isso, fiz meu planejamento baseado na minha prática e introduzi alguns dos conteúdos que estão previstos para o 1º trimestre.

O Tema que escolhi pra o meu Estágio foi IDENTIDADE E CONVIVÊNCIA, com o objetivo de fazer com que o aluno reconheça a si como ser social em direitos e deveres e, ao mesmo tempo aprenda a conviver de forma respeitosa e amigável com as outras pessoas.

domingo, 4 de abril de 2010

Coelhinho da Páscoa que trazes pra mim...?

Lembrancinha de Páscoa dos meus alunos
Alguns momentos impõem novos modos de conhecer e novas formas de ensinar. No projeto de Páscoa que desenvolvi em sala de aula, pude por em prática muitas das aprendizagens que tive na interdisciplina REPRESENTAÇÃO DO MUNDO PELA MATEMÁTICA - B, fazendo com que meus alunos percebessem que há muita matemática na música, na história, nas brincadeiras, enfim, no mundo.
As atividades que trabalhamos tinham implícitos diversos conceitos matemáticos e davam às crianças o gostinho da descoberta. Através da música que entitula essa postagem, pude explorar de forma lúdica, diversos conceitos como classificação, seriação, quantificação, a forma oval, etc. Portanto, esse conhecimento, não está restrito ao que chamamos de aprendizagem musical, mas pela riqueza de informações que contém a música.

Ensinar em outros ambientes

"O uso da tecnologia deve preparar o próprio professor para viver a experiência de mudanças no ensino que ele irá proporcionar aos alunos " (Arquiteturas Pedagógicas para Educação a distância).
Bem, depois de sete semestres usando o computador em meu curso de Pedagogia, creio que chegou a hora de me aventurar, juntamente com meus alunos, para outros ambientes de aprendizagem, utilizando outros recursos além do material impresso.
Pretendo, em meu estágio, fazer uso do laboratório de informática da minha escola, usando o computador como recurso didático, propiciando aos alunos, situações que privilegiem a busca de informações e a interação na construção do conhecimento.
Já selecionei alguns programas que reforçam o conteúdo que estou trabalhando, contudo, sinto que tenho que promover mais atividades em sala de aula, que desenvolvam o espírito cooperativo, pois são 25 alunos na turma e 10 computadores no laboratório. também estou fazendo um "inventário"a respeito do conhecimento dos meus pequenos aprendizes sobre informática, perguntando por exemplo, quem possui computador em casa, quem já acessou, o que mais gosta de fazer no computador, etc.
Para mim essa prática será um desafio em termos de metodologia pois, nem toda forma de utilização do computador na educação se presta igualmente bem a atingir certos objetivos educacionais. Algumas formas de utilização são mais adaptadas a certos objetivos educacionais, outras se prestam melhor a outras finalidades pedagógicas. Mas, ao final, espero que seu emprego nas atividades possa trazer resultados pedagogicamente benéficos.

sábado, 27 de março de 2010

Atitudes

Cada vez mais frequentemente, adentram em nossas salas de aula, crianças que apresentam pouco autocontrole, egoísmo exacerbado, intolerância à frustração, agressividade e uma tendência excessiva à manipulação.
Segundo a psicóloga Alicia Banderas, especializada em psicologia educativa, os pais se impõem empecilhos, como a culpa, para não exercer a autoridade, em muitos casos por causa da dificuldade de conciliar trabalho e família."Não veem os filhos durante o dia todo e, quando voltam para casa, fica muito difícil impor limites e acabam evitando isso, querendo assim compensar a ausência".
Como professora de primeira série e primeiro ano há alguns anos, percebo que os pais fazem concessões além do necessário e algumas crianças têm seus desejos atendidos como se fossem ordens. Quando contrariados, agridem os os pais, se jogam no chão e gritam sem qualquer cerimônia. Os pais, impotentes diante das atitudes do filho, começam então a "negociação". Nessa negociação não se ouve dizer: "Fulaninho, não faça isso porque é errado!"Em vez disso ouvimos: " Se você continuar a fazer assim, não vai ganhar aquele brinquedo que tanto quer!" Pronto! foram pronunciadas as palavras mágicas. No entanto, essas são pequenas batalhas perdidas que, tempo depois, se repetem na sala de aula. Quando a criança não têm seus caprichos atendidos pelos colegas ou pelo professor, começa a apresentar as atitudes descritas no ínicio desse texto.
Então, cabe a nós professores, encontrar a solução para o problema, ou seja, fazer também a parte dos pais: Ensinar conceitos de comportamento social, cidadania, conceito de certo errado, impor regras e limites para "detê-los".
Achei interessante abordar esse assunto porque estou vivendo essa realidade em minha escola, e isso me preocupou num primeiro momento, por causa do estágio. Depois, num segundo momento serviu como norteador do mesmo. Pretendo desenvolver um projeto com a turma abordando esse tema: Comportamento.