domingo, 30 de maio de 2010

As causas do comportamento infantil

Realizei junto aos pais esta semana, por sugestão da professora Darli, uma enquete sobre a Avaliação escrita no primeiro ano do ensino fundamental de 9 anos. Sobre o que os pais pensam, a maioria apoia o procedimento pois acredita que a avaliação escrita é um instrumento que possibilita tomar conhecimento dos avanços e das dificuldades de aprendizagem do filho.
Sobre as reações comportamentais dos alunos, as mesmas se caracterizaram por sentimentos e emoções diversas, que geraram ansiedade, expectativa, e despertaram o senso de responsabilidade na criança.
Esses relatos me levaram a refletir sobre outros aspectos que influenciam a parte cognitiva do aluno. Nem sempre o aluno encontra-se emocionalmente estável para enfrentar o dia-a-dia escolar, e não encontra um contexto apropriado para expressar suas emoções, sendo este, um dos motivos de prejuízo em seu rendimento escolar, ou a causa de comportamentos inesperados. Tenho um aluno chamado J., ótimo em sala de aula, sociável, inteligente, participativo, realiza todas as atividades com interesse e empenho, mas tem dias que na hora do recreio ele se transforma num pequeno tirano, agredindo os colegas fisicamente.
Andei investigando a causa desse comportamento junto da avó que é quem traz o menino diariamente até a escola e soube que o menino foi rejeitado pelo pai desde o nascimento e foi criado pela mãe e a avó. As duas não se relacionam bem e o menino presencia discussões que beiram a agressão e quando isso acontece ele reage dessa forma na escola. A vó me relatou, sem saber o conteúdo que estou trabalhando (Família) que durante a semana ele questionou muito sobre o pai, quis saber onde ele estava, quem ele era e que casa mesmo apresentou um comportamento agressivo.
Segundo Elkin (1968), a socialização conta com alguns agentes, que são grupos ou ambientes que influenciam o indivíduo. São exemplos de grupos - família, escola, igreja, grupo de amigos - e de ambientes - meios de comunicação de massa. Os grupos contribuem com padrões que, possivelmente, sejam peculiares a eles próprios, como também produzem expectativas para os seus participantes.
Em um grupo como a escola, a criança tem direitos e obrigações formalizadas. Também na escola estão presentes a construção de regras, e as constantes abordagens sobre respeito e convivência.
Na hora em que acontece o fato, a gente questiona a eficácia dessas abordagens, e pensa numa punição que evite a reincidência, mas depois que se investiga as causas de determindados comportamentos, torna-se necessário repensar nosso modo de agir e, dentro do possível, utilizar outros mecanismos de repreensão que não estejam condicionados à heteronomia.

domingo, 23 de maio de 2010

Hoje, as crianças vivem num mundo onde os instrumentos culturais que estão disponíveis para os adultos também estão ao seu alcance e é comum vermos e ouvirmos dizer que as crianças têm total desenvoltura com o uso de novas tecnologias; que é mais fácil para elas usarem diferentes programas de computação do que para os adultos. Isto eu estou percebendo na prática e é um indicativo de que devemos investir mais nas dinâmicas pedagógicas no sentido de elas se realizarem como verdadeiras práticas sociais, superando a falta de aprofundamento dos conteúdos escolares, fator limitador das competências e habilidades necessárias à formação do cidadão.
Não pretendo parar de usar esses recursos após o período do estágio, pois estão sendo instrumentos auxiliares didáticos de grande valia na ação de ensinar e aprender. O uso desses recursos propiciam novas possibilidades e nos ajudam a planejar atividades voltadas para o desenvolvimento integral da criança tornando-os críticos, cooperativos, criativos e pensantes.
Minhas aulas estão mais dinâmicas, meus alunos têm mais oportunidade de trocar idéias entre si, ajudam uns aos outros, e estão aos poucos se tornando mais participativos e se expressando com menos receio. Esse é o lado bom, mas me preocupo com a questão da alfabetização. Tenho trabalhado com base na premissa de que quanto mais o aluno tem contato com a escrita, maior será a possibilidade de aprender. Utilizo para isso a pesquisa de palavras em jornais e revistas. Por exemplo: pesquisa de palavras iniciadas com as vogais, em seguida exploro o número de letras e sílabas das palavras dentro dos textos, mas parece que falta algo.

segunda-feira, 17 de maio de 2010

Sexta semana de Estagio

Minha semana efetivamente começará na terça pois estive afastada da escola por três dias, devido a uma conjuntivite. Nem pude acompanhar meus alunos na apresentação do "Chá das mães" que tivemos na escola no sábado dia 15/05, quem os acompanhou foi uma aluna do magistério que fez observação na turma da manhã durante a semana. Segundo ela, eles fizeram tudo direitinho.
Na semana que passou trabalhei com o tema Convivência, onde discutimos regras e combinados. Boas maneiras, atitudes de cortesia, respeito e as palavras mágicas, estiveram em pauta. Os alunos dramatizaram situações de uso das palavras, com licença, obrigado, por favor e me surpreenderam demosntrando criatividade ao improvisarem as cenas. Fizeram uso de gestos, mímicas e até improvisaram cenários para representar situações que evidenciaram fatos cotidianos, como cumprimentar um vizinho, pedir algo emprestado ao colega, agradecer por um presente, etc.
Nunca havia feito essa atividade, porque julgava ser difícil de ser executada, pois achava que as crianças teriam dificuldade em se organizar e criar algo a partir de uma tema, mas não foi difícil de ser executada e foi prazerosa para as crianças, pois elas representaram situações que elas mesmo elaboraram.
Esta semana, pretendo trabalhar com um tema bastante amplo, os direitos da criança e associar a eles o conteúdo da série. Por exemplo, através do direito a educação, irei trabalhar o tema escola, relacionando o espaço físico, as funções, a localização, etc.
Por enquanto estou conseguindo linkar os assuntos explorando recursos variados, explorando outros embientes da escola, a tecnologia, tudo que permite tornar a aula prazerosa e dentro da meta de obter aprendizagem significativa. Todas as mídias são muito importantes para potencializar a aprendizagem, pois propiciam a busca de respostas tendo por base o conhecimento trazido pelo aluno, sua intenção de pesquisa, seu desejo de conhecer, por isso é mais envolventes e os resultados positivos.


segunda-feira, 10 de maio de 2010

Sem Noção!

Tenho observado no meu dia-a-dia uma certa dificuldade em fazer com que meus alunos se expressem na roda de conversa ou nas aulas dialogadas. Hoje por exemplo, estávamos debatendo sobre as regras de convivência e só uma menina falava. Solicitei que os outros participassem também e um menino pediu a palavra para dizer que a mochila da colega estava caída. Quando voltamos ao tema, um colega disse que na escola, não podia brigar, outro que não podia bater, outro complementou que não podia chutar e outro, nem dar soco...
É difícil fazer a criança perceber que tudo que eles falaram eram modalidades que estavam inclusas dentro da palavra brigar, e desta forma, partir para outro exemplo.
No dia do índio aconteceu uma situação similar. Ao perguntar a eles como era o índio, durante a verificação dos conhecimentos prévios, uma menina disse "Ele não usa roupas". Os demais aproveitaram a deixa e citaram o guarda-roupa todo: Ele não usa calça, nem camiseta, nem uniforme, nem calção... Questionei novamente: E além de não usar roupas o que mais vocês sabem sobre o índio? Um menino respondeu: Ele não usa camisa!
Eles não conseguem entender que todas as peças citadas fazem parte do conjunto "roupas". Quase sempre tenho que induzí-los a pensarem em outras coisas.
Será que trabalhar a ídeia de conjunto por espécies, ajudaria eles a adquirirem essa noção?