domingo, 11 de outubro de 2009

A Narrativa da criança

Ao realizar o trabalho de campo proposto no módulo 3 da interdisciplina de Linguagem e Educação que consistia na análise de uma história contada pela criança, confesso que surpeendeu-me o grau de letramento de uma de minhas alunas e a habilidade da mesma com o discurso narrativo.
Eu tinha planejado interagir com ela como interlocutora durante a história, mas fui só uma ouvinte. Parecia que a história toda estava pronta e devidamente elaborada dentro da cabecinha dela, a ponto de eu questionar se ela tinha lido ou imaginado aquela história.
Amei a atividade e já estou montando um livro de histórias com a meus alunos, chama-se: "ESSA TURMA TEM HISTÓRIAS PARA CONTAR" E a primeira delas eu publico abaixo:

“ O gurizinho que tinha medo de dormir”

“Tinha um gurizinho que tava andando pela casa à noite porque ele não tava com sono. Aí ele chamou a irmã dele para passear com ele, aí eles foram passear na floresta. Eles andaram, andaram e acharam um castelo e tinha uma fada lá dentro e como era de noite ela deixou eles dormirem e o gurizinho disse que não tava com sono, que não tinha vontade de dormir e a irmã dele tava morrendo de sono... Aí a fada disse que ia colocar os dois na cama e ia contar histórias até eles dormirem , aí ela contou uma história e a menina dormiu, mas o menino não...Ela contou mais uma e nada. Então ela perguntou porque ele não conseguia dormir? Então ele disse que não queria dormir porque ele tinha medo de pesadelo. Então a fada disse que ia fazer uma mágica e ele nunca mais teria pesadelo. Então ele fechou os olhos e dormiu e sonhou um sonho bom.”


Eduarda - 8 anos

domingo, 4 de outubro de 2009

"Faça o que eu digo e não faça o que eu faço!"

O curso de PEDAGOGIA vem me possibilitando um constante repensar da minha prática educativa, no que se refere a concepção, significação, clientela, metodologia, etc.mas também está me permitindo uma análise e reflexão sobre a prática dos professores formadores.
O processo de formação geralmente dá ênfase aos aspectos teóricos e pode-se perceber, por um lado, a intenção de se vivenciar um processo que visa facilitar a associação entre teoria e prática, favorecendo o diálogo com a sociedade, mas por outro, os professores formadores parecem desempenhar o papel de meros executores das políticas educacionais conteudistas.
Isso levou-me a pensar e questionar o modelo de formação docente a partir do ponto de vista concebido pelos alunos em formação, bem como a necessidade de um novo olhar sobre a ação pedagógica dos professores formadores, que a meu ver, despejam conteúdos sobre o professor-aluno,( metodologia típica do modelo tradicional de ensinar). Essa prática contradiz com o que vem sendo discutido e debatido recentemente nos fóruns e em atividades sobre a prática docente. Existe uma grande incoerência entre o que se pensa e o que se faz.

CURRÍCULO INTEGRADO

Nós professores somos constantemente bombardeados por conceitos, idéias e inovações. Atualmente vem sendo introduzidos na literatura educacional os conceitos de ensino interdisciplinar. A popularização do conceito "globalização" vem levando algumas pessoas a questionar os modelos "tradicionais" de ensino e a enfatizar a importância de aprender a tratar os problemas de maneira global.
Uma das justificativas para essa proposta se fundamenta no argumento de que, dada a explosão do conhecimento e da informação, a escola não deve ensinar só os conhecimentos próprios de cada disciplina, pois isso fragmenta a aprendizagem. Além do mais, o aluno não necessita de tanta informação específica e, sim, de destrezas gerais para localizar informações e resolver problemas.
Embora atraente, essa proposta na prática, não tem sua eficácia compravada e nem é viável em muitas instituições de ensino. Em minha escola, por exemplo, os professores interessados em ajudar os alunos a generalizar seus conhecimentos e habilidades em contextos mais amplos, não conseguem viabilizá-la devido a falta de tempo para planejar com os outros professores, atividades que envolvam mais de uma disciplina, tais como os projetos integrados. Quem o faz, faz fora do expediente e mesmo assim é muito difícil convencer os colegas a se engajarem na proposta.