terça-feira, 16 de novembro de 2010

Linguagem e Educação

A Linguagem oral possibilita à criança comunicar-se, interpretar, representar o mundo e organizar o pensamento. Ao chegar a escola, toda criança está imersa na cultura de seu grupo social e vai aprendendo essa cultura por meio da oralidade. Independente do domínio que a criança possua de falar, os adultos que a cercam falam perto delae com ela em suas práticas sociais cotidianas. Ninguém espera por exemplo, que um bebê aprenda a falar para só depois falar com ele, mesmo que esta conversa não tenha uma resposta imediata. Portanto, é mais do que certo que ao chegar a escola, os alunos já utilizem a oralidade para comunicar idéias, sentimentos, desejos, para influenciar e interagir com o outro. Junto ao seu meio familiar e social eles empregam a fala de maneira significativa, ou seja, as palavras são usadas em situações de comunicação.
No início do ano letivo, tive um pouco de dificuldade em fazer com que as crianças experessassem suas idéias oralmente, em conversas dirigidas ( aulas dialogadas). Geralmente elas repetiam palavras ou frases que já haviam sido ditas pelos colegas ou simplesmente se abstinham de expressar opiniões. Diante do fato intensifiquei ações onde a linguagem oral se fizesse presente com o objetivo de oferecer às crianças a possibilidade de ampliar sua capacidade de comunicar-se oralmente, incentivando que elas falassem tudo que estivessem pensando, imaginando. O importante era que as crianças pudessem falar e ouvir e para tanto, criamos rodas de conversa sobre assuntos diversos, como o relato do final de semana de cada um, a descrição de um objeto que estava no meio da roda, as utilidades do mesmo,etc.
Também fiz um trabalho sobre o respeito pela vez e pela voz do outro, pois era comum uns rirem dos outros e essas atitudes intimidavam os falantes. Creio que esse trabalho estimula a expressão oral e possibilita ao professor organizar situações de aprendizagem onde a turma se expresse de forma real e autêntica.
Para mim também foi uma aprendizagem, pois antes de cursar essa interdisciplina eu questionava os alunos sobre o conhecimento que eles possuiam sobre um determinado tema e na sequência já ia explicando. Hoje procuro tirar deles as informações, vou fazendo provocações e plantando a dúvida nas afirmações deles e acabo fazendo com que eles sanem as dúvidas por outros meios, envolvendo a família ou outros professores, pois dessa forma também estou incentivando-os à pesquisa, a busca de soluções e oferecendo a mediação necessária entre o aprendiz e o conhecimento.

quarta-feira, 10 de novembro de 2010

Didática, Planejamento e Avaliação

Nesta semana em que estou um pouco afastada do TCC, venho refletindo sobre a pertinência das teorias sobre alfabetização. Pergunto-me sobre o que mudou na minha prática depois da formação? O que tem sido mais significativo em minha prática pedagógica?... e está muito claro que é o processo de construção dos alunos no que tange a alfabetização. Antes minha prática era mais voltada para a transmissão de conhecimentos, minhas aulas eram descontextualizadas, porém, criativas o que considero um ponto positivo. Oferecia sempre novidades aos meus alunos, mas não deixava eles construírem o conhecimento.
Considero que foi fundamental conhecer as teorias que dão significado as propostas da alfabetização, e para tal fez-se necessárias muitas leituras, estudos e pesquisas para que pudesse ter clareza sobre como se dá o processo de alfabetização, com ênfase especial, em como os alunos aprendem, e que hipóteses permeiam suas aprendizagens. Sem tais noções, seria impossível construir uma prática pedagógica que auxilie no desenvolvimento da alfabetização.
A alfabetização a que me refiro, entendo por uma construção da leitura e da escrita atrelada ao letramento, pois a codificação e decodificação são importantes para a compreensão lingüística e o letramento para que os alunos possam construir com propriedade a leitura de mundo, onde se complementam compreender o uso da língua e sua função social.
No que tange a alfabetização, posso afirmar que se trata de algo complexo, que requer muita observação, intervenção do professor, para que os alunos possam usufruir daquilo de que de fato precisa para se desenvolverem, o espaço da sala de aula deve ser rico de portadores de textos, de gêneros literários, de experiências, de confrontos, de trocas, enfim... É uma série de elementos a serem contemplados para que haja sucesso na proposta de alfabetizar. Além de tudo que considero importante no processo de alfabetização, não posso deixar de fora os processos internos dos alunos, que muitas vezes vão além do que é propiciado, requer muito mais, um olhar mais focado, sensibilidade, flexibilidade, compreensão, paciência, entendimento, ousadia, etc. Estes requisitos exigem bastante do professor, da prática pedagógica desenvolvida em sala de aula, e talvez, sejam eles os responsáveis por tamanha resistência por parte dos professores da escola em que trabalho, em assumir a alfabetização, visto que, o próprio professor acaba sendo avaliado segundo as conquistas ou fracassos dos alunos.
Alfabetizar é sempre um desafio, e para mim, um desafio apaixonante.