segunda-feira, 25 de outubro de 2010

Diversidade na Escola



Durante meu Estágio de Docência trabalhei com os alunos a construção da identidade individual e grupal, com o objetivo de possibilitar que o aluno falasse de si mesmo, percebesse suas características pessoais, bem como as do outro. Contruímos um pbworks e registramos fotos que evidenciavam a diversidade e trabalhei com eles o respeito a essa diversidade, salientando que somos semelhantes porém, diferentes.


A Interdisciplina "Questões Étnico-Raciais na Educação" possibilitou que pensássemos sobre as normas sociais dos grupos aos quais pertencemos e dos papéis que exercemos com a nossa própria individualidade e que conferem à nossa identidade duas importantes dimensões: somos seres singulares com traços que são únicos; somos seres plurais e compartilhamos diversas características comuns com nossos semelhantes.
Essas aprendizagens me deram embasamento para desenvolver um belo trabalho em sala de aula. Até as atividades relativas ao "Dia do índio" tiveram uma nova abordagem pois levou a criança a perceber a existência de outros grupos sociais.
Ao invés de pintar as carinhas das crianças e dar uma folha para colorir, como fazia anteriormente, mostrei a eles diferentes vídeos onde os índios apresentavam seu canto, sua dança e seus costumes.
Procurei desfazer um pouco aquela imagem pré-concebida do índio que vive na mata, anda nú e caça e pesca para sobreviver. Mostrei a eles que as crianças indígenas vão à escola como eles, visitam e conhecem outras cidades, e interagem com outras crianças.
(Eles ficaram boquiabertos ao saber que eu tinha encontrado um casal indígena numa escola e havia tirado uma foto com eles.)


Desta maneira promovi uma aproximação cultural e a valorização da diversidade de forma que os alunos se apropriassem do conhecimento estabelecendo um diálogo com o seu mundo e com o mundo que os rodeia de forma crítica e consciente.

quinta-feira, 21 de outubro de 2010

Alegria de saber!

Muitas vezes recebi em minha sala de aula, alunas que cursavam o ensino superior e vinham observar a aula, trazendo sempre umas" perguntinhas" sobre aprendizagem, método, embasamento teórico, etc.
Eu detestava responder aquelas perguntas, porque não sabia as respostas, tinha que pesquisar para escrever algo que mascarasse o que eu não sabia, e além do mais, me tomava tempo. Então quando podia, dava uma desculpa e passava a bola para outra colega que tivesse mais formação que eu.
Esta semana, uma estudante de Pedagogia que tem uma irmãzinha de sete anos em minha turma da tarde, disse-me que havia feito uns testes com a irmã para ver como andava o raciocínio lógico matemático da mesma. Quando ela começou a detalhar as atividades que havia feito com ela, interrompi-a e disse: - Ah, é o Método Clínico de Piaget! Naquele momento senti um orgulho imenso de mim mesma por saber do que ela estava falando, e expliquei algumas coisas para ela, que talvez ela já soubesse, mas naquele momento era importante que ela soubesse que estava falando com uma professora que possuia conhecimento.
Ela observou a aula até a hora do recreio e depois da observação, deixou a folha de perguntas que respondi ali mesmo, em sala de aula, em meio as conversas e os burburinhos dos alunos, e com muita facilidade.
Esse conhecimento eu adquiri durante o curso de Pedagogia em uma das interdisciplinas ( Representação do Mundo pela Matemática)

*Informações sobre o método Clínico Piagetiano para os vititantes que não são da área ou que, eventualmente, não saibam do que se trata:
O Método Clínico Experimental de Jean Piaget apresenta-se como possibilidade investigativa do nível de pensamento da criança, na tarefa psicopedagógica. O Método disponibiliza recursos para avaliação do potencial criativo e cognitivo da criança, possibilitando interferências criativas do aplicador que age como um "provocador" de aprendizagem, levando a criança a fazer reflexões e desacomodações necessárias para avançar aos níveis subsequentes de pensamento.

domingo, 17 de outubro de 2010

Ensinando matemática

A Interdisciplina Representação do Mundo pela Matemática me fez perceber a Matemática como uma ciência dinâmica que está bastante presente no cotidiano das crianças que, brincando, jogando, cantando, ouvindo histórias, estabelecem conexões entre o seu cotidiano e a matemática e entre a matemática e as demais áreas do conhecimento.
A criança entra em contato com os números desde muito cedo, no contexto familiar e social: sua idade, número de sua casa ou telefone, número do seu canal de televisão preferido, ou do andar onde mora, etc.
Esse contato, embora informal, é de grande importância, pois oferece condições de familiarização com o conceito, e a criança começa a estabelecer suas primeiras hipóteses a respeito do processo de representação de quantidades.
As atividades propostas devem considerar as experiências do cotidiano não escolar do aluno, bem como suas experiências escolares anteriores, de modo que ele possa, ao engajar-se no processo de construção do conhecimento, mobilizar o que já sabe para chegar ao que não sabe.
Deve-se considerar ainda que os significados que o aluno constrói para a Matemática, estão estreitamente vinculados aos problemas que ele resolve e às experiências de que participa.
Atividades diversificadas, em diferentes contextos, contribuem para alargar o campo de aplicação dos conceitos. É preciso permitir que a criança explore os espaços, manipule objetos, compare, classifique, serie, etc. A experiência física consiste em agir sobre o objeto e conseguir algum conhecimento por abstração. Por exemplo, descobrir que um objeto é mais pesado do que outro. Na experiência lógico-matemática, o conhecimento não é extraído dos objetos, mas das ações realizadas sobre os objetos pelo sujeito.

"A Constituição estabelece que a educação seja um direito de TODOS..."

A Educação Inclusiva atenta a diversidade inerente à espécie humana, busca perceber e atender as necessidades educativas especiais de todos os sujeitos-alunos, em salas de aulas comuns, em um sistema regular de ensino, de forma a promover a aprendizagem e o desenvolvimento pessoal de todos: os portadores de necessidades especiais, os negros, os brancos, os indígenas; pois é sabido que esta heterogeneidade só enriquece o cenário pedagógico.
A interdisciplina EDUCAÇÃO DE PESSOAS COM NECESSIDADES ESPECIAIS - B me fez refletir sobre o processo de inclusão dos portadores de necessidades especiais na rede comum de ensino e a necessidade de preparação dos professores, uma vez que a educação inclusiva supõe práticas pedagógicas diferenciadas.
Legalmente é garantido a todos o direito à educação, mas também, de acordo com a lei, o professor de classe regular deve ser capacitado. De acordo com a lei, são considerados professores capacitados para atuar em classes comuns com alunos que apresentem necessidades educacionais especiais àqueles que comprovem que, em sua formação, de nível médio ou superior, foram incluídos conteúdos sobre educação especial adequados ao desenvolvimento de competências e valores para tanto.
No entanto, não é o que ocorre na prática. Atender as diferenças é um desafio. Desafio para o qual não nos sentimos aptos. Estamos todos carentes de estudos que permitam melhor compreender o movimento de inclusão no ensino regular, seus efeitos e suas consequências, tanto para os alunos e professores, quanto para as instituições de ensino.
Eu particularmente, não me sinto capacitada, porém é certo que quando tiver que enfrentar a situação, buscarei meios para isso, pois procuro não me acomodar às situações e tento, na medida do possível, focar minha atenção na resolução e não no problema.
Ao meu ver, é preciso admitir com determinação a nova realidade e entender que a inclusão é um processo gradual e dinâmico, que assume diferentes formas segundo as necessidades de cada aluno e o contexto da escola. E para que o processo de inclusão realmente ocorra, toda a comunidade escolar deverá aprender a expressar sem medo suas dificuldades, pedir auxílio quando se fizer necessário, saindo da passividade e da acomodação.